sexta-feira

Era uma vez um idoso...

Era uma vez um idoso que por consequência da sua avançada idade tinha perdido a memória. O filho irritava-se quando o pai lhe incomodava com o seu defeito e reagia mal. O pai limitava-se a calar-se e sair da beira do filho para não chateá-lo mais. Ele sofria em silêncio mas a sua tristeza notava-se perfeitamente. Um dia, o filho, notando a ausência do pai à hora do almoço foi vê-lo ao seu quarto. Ele estava sentado na cama, lendo um pequeno livro. Então, eis que o filho pergunta:
- Que está a ler pai?
Ele não responde. Já um bocado aborrecido, o filho lê o que está escrito. Nota que é um diário já antigo, cujas páginas emanam a sabedoria do passar dos anos.
“Hoje, 26 de Abril de 1976, cheguei atrasado ao trabalho porque o meu filho esqueceu-se da mochila da escola em casa. Resolvi o caso com serenidade porque sei que é novo e é compreensível que as crianças se esqueçam de alguma coisa uma vez ou outra. Quando for velho, espero que o meu filho compreenda os meus esquecimentos, tantas vezes como eu compreendi os dele.”
Sentido, o filho abraçou, tomando por lição que independentemente da idade, qualquer um tem um defeito, por muito pequeno que seja, e que este deve ser respeitado.
João Afonso 6ºB


Crianças fazem mesmo isso, perguntam várias vezes e principalmente os "porquês"... geralmente encontram quem com paciência lhes expliquem. Mas alguns idosos que perdem a capacidade de raciocínio e sentem dificuldade de lembrar, poucos podem contar com a paciência dos familiares...

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